11/07/2012

E as features, onde ficam?



O hardware ainda é importante? É. Simples assim. E continuará sendo durante esta e a próxima década, pelo menos. Mas tão cedo, será apenas um importante coadjuvante, onde é o seu lugar.

Desde que hardwares começaram a interagir com seres humanos através de interfaces eletrônicas abstratas (software) as atenções se dividiram. Não consigo contar desde quando se começou a venda de computadores pessoais e que ostetavam (e ainda ostetam) centanas de megas de memória (RAM e de vídeo) ou milhares de Hz de processamento. Para PC's e Mac's isso ainda é relevante. Jogos mais elaborados ou aplicações específicas com mais recursos são lançados constantemente e para acompanhar essa corrida a passos largos, o consumidor final precisa enfiar a mão no bolso para empilhar pentes de memoria, amontoar placas de vídeo e trocar seus processadores "obsoletos comprados ontem". Isso, para computadores pessoais. Telefones, até antes dos smartfones (esmagadora maioria), não esbajavam megas de RAM ou GHz de processamento. Eles exibiam "features"! Funcionalidades!

Os consoles de jogos jamais esbajaram suas dezenas de núcleos de processamento. Alguém já viu alguma propaganda de qualquer versão do Playstation esbajando quanto de memória de processamento ele tinha e quantos Giga Flops seus processadores gráficos poderiam processar por segundo? 
Isso é irrelevante para o gamer! Este quer saber se seu console é compatível com o mais novo Fifa 13 ou se a incrível saga "God of War". Não me lembro se no lançamento do Kinnect  tinha algum dizer sobre quantos FPS sua câmera poderia processar. Eu não quero saber, se não for por pura curiosidade da profissão, com quantos nanometros os processadores do XBox foram construídos. Quero saber quantos jogos e quais deles estão disponíveis para jogar, assim como o Kinnect! 


TUDO ISSO É IRRELEVANTE. AS "FEATURES" É QUE IMPORTAM!

Contra tudo que é importante as fabricantes de smartfones ("smart" se torna quase uma ironia) retornam para os primórdios da computação ao comparar seus aparelhos pelo hardware, não por suas "features".
Acho engraçado fabricantes como Samsung, Motorola, HTC e companhia cospem sucessivos aparelhos no mercado sem se importar com o que realmente interessa. A câmera? A quantidade delas? O material de revestimento do produto? A qualidade e resistencia da tela? Todas essas features são interessantes e importantes para o usuário final. Mas o que quer dizer que um "smart"fone tem 2GB de RAM e um processador de 4 núcleos de 1.6 GHz? Voltamos a era do PC? Isso é rídiculo, juvenil.

É por isso que eu sou tão fã da Apple. O Hardware é fundamental para os produtos da Maçã, mas não é ele quem é vendido como prato principal. Ele é o aporte para o que mais importa num iPhone, iPad ou Macbook: APPS! Ninguém que usa um iPhone ou um iPad se importa se seu aparelho tem menos RAM que outro aparelho, pois o consumidor sabe que aquele hardware é o suficiente para os melhores jogos da App Store e de todas as plataformas móveis, como o incrível Infinity Blade II. Ou para os Apps mais criativos e úteis, como o ótimo Instagram.
Mas eu acho que sei porque essas empresas fazem isso. Pois elas não tem diferencial além de seu hardware. Seu OS (que normalmente ocupa o espaço de uma linha num folheto e 2s segundos numa propaganda) pode ser instalado em outros celulares de concorrentes e tem diversas e indefinidas versões. 



A Sony soube priorizar o hardware, mas vender features. A Nintendo também, desdes seus velhos consoles até assombrar o mundo com o Wii. A Microsoft começou a aprender a lição com o XBOX e o, até agora, imbatível Kinnect. A Apple nasceu com essa premissa em seu DNA. Torço para o Google entrar nessa também.

E o resto? Ah, o resto vai continuar enganando àqueles que acham fantástico ficar olhando para seus inúteis aparelhos com infinitos megas de memória e processamento que nada tem de inovador a oferecer, exceto a fantástica forma de atrair dinheiro do consumidor.

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